Ser Especial

Sei que o meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele o oceano seria menor - Madre Teresa de Calcutá

Síndrome de Hurler

(Mucopolissacaridose I H, MPS I H)

Definição

a Síndrome de Hurler é uma anormalidade do metabolismo dos mucopolissacarídeos, que se caracteriza por anomalias esqueléticas, hepatoesplenomegalia, opacificação da córnea, retardo mental e aumento da excreção de mucopolissacarídeos na urina.( Tratado de Medicina Interna de Cecil-Loeb e etal 14ºed.Vl.2Edt.Interamerica) Uma doença hereditária, rara e é causada pela deficiência da enzima lisossômica α-L-iduronidase.

Época de manifestação

alterações bioquímicas presentes desde o nascimento; alterações radiológicas: a partir dos primeiros meses de vida; manifestações clínicas: a partir do segundo semestre. (Atlas de Síndromes Clínicas Dismórificas;3ªed. edt.Monoela Ltda Hans Kudolf etal)

Herança Autossômica Recessiva

é autossômica recessiva e afeta igualmente pessoas do sexo masculino e do sexo feminino. O pai e a mãe de uma criança afetada são portadores assintomáticos da doença: são heterozigotos para o traço e portam um gene normal e um gene mutante (defeituoso) que codifica a α-L-iduronidase. Caracteriza por anomalias esqueléticas, hepatoesplenomegalia, opacificação da córnea, retardo mental e aumento da excreção de mucopolissacarídeos.

– Herdar 2 cópias alteradas do gene, uma de cada genitor;

– Portadores são assintomáticos;

Incidência:é em torno de 1:100.000

Etiologia

A α-L-iduronidase é uma enzima (uma exoglicosidase) que participa da degradação gradual dos glicosaminoglicanos (GAG) dermatan sulfato e heparan sulfato, polissacáridos complexos que são um componente importante da matriz extracelular e do tecido conjutivo do corpo inteiro. A deficiência desta enzima leva ao acúmulo desses glicosaminoglicanos no lisossoma,resultando, em última análise, na disfunção de células, tecidos e órgãos por meio de mecanismos fisiopatológicos em grande parte desconhecidos.

Patologia

Estão comprometidas as células do sistema nervoso, fígado,sistema reticuloendotelial,glândulas endócrinas, cartilagem, osso e músculo cardíaco.Os depósitos anormais também estão presentes na córnea, nas meninges, no epicárdio, pericárdio, na cordoalha tendinosa, nas válvulas cardíacas , nas cartilagens traqueobrônquicas, nas vias aéreas superiores e nas artérias coronárias e periféricas maiores.A distensão dos fibroblastos como este material dá origem ao aspecto das células “claras” ou “gárgulas”. .(Tratado de Medicina Interna de Cecil-Loeb e etal 14ºed.Vl.2Edt.Interamerica)

Manifestações Clínicas

a enfermidade se manifesta durante o primeiro ou segundo ano de vida e progride durante a infância e adolescência.No distúrbio de evolução completa, a cabeça é grande e existe hiperostose da sutura sagital, que ás vezes de estende para a região frontal.Os traços faciais são grosseiros e repulsivos.São característicos um longo nariz em sela, narinas amplas, lábios grossos, língua grande, boca aberta e respiração ruidosa.As anormalidade esqueléticas incluem o pescoço curto, a cifose dorsal e lombar com gibosidade, a estrutura baixa, e elevação das rebordas costais. As mãos são grandes com os dedos curtos e grossos e há tendência para desvio radial do quinto dedo. A pele, especialmente dos membros superiores e o tórax, é sulcada e enrugada, podendo apresentar espaçamentos nodulares. Uma fina lunagem se evidência por sobre grande parte da superfície cutânea e nos membros existe uma tendência ao crescimento profuso de pelos grossos e duros. Cardiomegalia e o comprometimento valvular produz sopros, a afecção das artérias coronárias pode dar origem á angina ou outros sinais de enfermidades oclusiva. O abdômen é volumoso e protuberante, estando fígado e o baço comumente aumentados. São freqüentes as hérnias umbilicais e inguinais. A opacificação córnea é extremamente comum. A deterioração mental é grave e progressiva.

As anormalidades demonstráveis por radiografia incluem o crânio volumoso com hipertrose frontal e occipital, hipertelorismo, sela túrcica alargada com divertículo anterior e deformidade dos ossos faciais. A gibosidade está associada a deformidades em forma de cunha e a projeções anteriores em gancho dos corpos vertebrais. As costelas são largas, espatuladas e em forma de sabre.As falanges terminais das mãos são largas e curtas, e os osso longos, especialmente dos braços, mostram diáfises alargadas por expansão das cavidades medulares.( Tratado de Medicina Interna de Cecil-Loeb e etal 14ºed.Vl.2Edt.Interamerica)

Diagnóstico

Se baseia na demonstração de deficiência da enzima lisossômica α-L-iduronidase. Esta atividade enzimática pode ser medida na maioria dos tecidos; no entanto, geralmente o diagnóstico é feito com leucócitos do sangue periférico, plasma ou fibroblastos cultivados. Os resultados obtidos na Síndrome de Hurler se superpõem aos resultados de outras doenças de depósito lisossômico, particularmente outras mucopolissacaridoses, entre as quais a deficiência de sulfatase múltipla. Para distinguir entre elas é imprescindível obter resultados clínicos detalhados e efetuar testes bioquímicos. Existem alguns sintomas e sinais clínicos precoces que, sozinhos, não diagnosticam, mas vão exigir testes mais definitivos. Mais especificamente, embora os resultados encontrados na apresentação desses dirtúrbios variem com a gravidade da doença, deve-se suspeitar de MPS I nos indivíduos que apresentam feições características e hepatoesplenomegalia, além de resultados esqueletais, oculares e de articulação característicos.

Confirmação de um diagnóstico inicial

A análise dos glicosaminoglicanos (heparan sulfato e dermatan sulfato) na urina foi o primeiro método disponível para diagnosticar; esse método continua útil como teste de pesquisa preliminar. No entanto, agora o diagnóstico definitivo é estabelecido por testes enzimáticos que utilizam substratos fluorescentes específicos para a a-L-iduronidase.

Diagnóstico Pré-Natal

é feito rotineirmente com células cultivadas de biopsias de fluido amniótico ou de vilosidades coriônicas que utilizam o mesmo teste enzimático empregado para monitorar a a-L-iduronidase nos leucócitos ou nos fibroblastos cultivados. Foi relatada uma certa dificuldade com o diagnóstico pré-natal da Síndrome de Hurler por causa das concentrações baixas de a-L-iduronidase presentes nas vilosidades coriônicas normais, mas isso pode ser superado tomando as devidas precauções . Os resultados duvidosos obtidos com material não-cultivado exigem confirmação com células cultivadas. A medida dos GAG (ou

atividade da a-L-iduronidase) no fluido amniótico é complicada pela excreção elevada de glicosaminoglicanos

pelos fetos.É possível fazer um diagnóstico pré-natal baseado na genotipagem desde que se conheçam as mutações portadas pelos pais. (http://www.mpsbrasil.org.br)

Tratamento

é em grande parte sintomático, ou seja, oferece alívio de sintomas específicos. No entanto, já estão começando a aparecer algumas terapias que tratam das causas subjacentes da doença. Falando generalizadamente, tratamento de apoio ou sintomático (com atenção especial para complicações cardiovasculares e respiratórias, manifestações ósseas, artropatia, perda da audição e da visão, sintomas

digestivos e hidrocefalia comunicante), pode melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados e das suas famílias. No entanto, no que se refere ao tratamento dos sintomas de um dado indivíduo, as decisões a serem tomadas vão depender em grande parte de um acompanhamento abrangente e contínuo da gravidade e da progressão da doença naquele indivíduo. A intervenção precoce pode aumentar as vantagens do tratamento sintomático.

Diversas estratégias terapêuticas oferecem esperança de evitar ou deter algumas manifestações da doença e a progressão geral da mesma corrigindo a deficiência de α-L-iduronidase.Algumas estão em uso no momento (transplante da medula óssea), algumas estão no final da pesquisa clínica, para uso em breve (terapia de reposição enzimática) e outras estão apenas na fase inicial de pesquisa (terapia gênica).
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Síndrome de Goldenhar


A Síndrome de Goldenhar é muito rara. Ela se evidencia no nascimento do bebê e caracteriza-se por apresentar uma gama ampla de sintomas e sinais que podem variar muito de pessoa para pessoa, em função da severidade do caso. É uma das síndromes que podem provocar a surdo-cegueira na criança. Trata-se de uma displasia (desenvolvimento anômalo de tecidos ou órgãos) óculo-aurículo-vertebral e pertence a um grupo de condições conhecidas como craneofaciais, já que o impacto maior é sentido na cabeça e no rosto.

A causa exata é desconhecida, mas discute-se a hipótese da existência de um defeito, de um trauma ou de uma exposição intrauterina a determinados fatores ambientais. É raro associar-se o mal a um defeito genético.

A incidência é estimada de 1 para cada 25.000 nascimentos.

Podem apresentar-se as seguintes manifestações:
- Desenvolvimento incompleto da região malar, maxilar ou mandibular, do lado afetado,
- Desenvolvimento incompleto da musculatura do lado afetado,
- Mandíbula pequena e lábio leporino,
- Orelhas muito pequenas ou ausência de partes delas,
- Oclusão do canal auditivo e surdez,
- Diversas manifestações oculares,
- Outras

O diagnóstico da Síndrome de Goldenhar pode ser realizado durante a gravidez mediante ecografia fetal e estudos genéticos. Posteriormente ao nascimento, mediante ecografia e ressonância magnética nuclear.

Fora os problemas derivados de malformações, não é costumeiro esta síndrome encurtar nem a vida nem a inteligência, a menos que surjam complicações.

Os pais e outros membros da família precisam colocar-se em contato com médico especializado que possa ajudar no apoio ao seu filho. A atuação do médico será de apoio e requer a participação de uma equipe multidisciplicar que conte com pediatra, cirurgião plástico e ortopédico, oftalmologistas e outros. Correções cirúrgicas devem ser feitas logo, incluindo canalizações para alimentação pela boca, reconstrução do problema de lábio leporino, etc.
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Síndrome alcoólica fetal

Definição:
Manifestação de defeitos neonatais específicos de crescimento, mentais e físicos associados ao alto consumo de álcool pela mãe durante a gestação.

Causas, incidência e fatores de risco:
O abuso ou consumo de álcool pela gestante a submete ao mesmo índice de risco que o álcool tem na população em geral. No entanto, representa riscos graves e únicos ao feto e está associado à síndrome alcoólica fetal. A etapa da gestação na qual há o consumo de álcool também é importante. O consumo de álcool durante o primeiro trimestre é mais perigoso do que durante o segundo trimestre que é, por sua vez, mais perigoso do que durante o terceiro. O álcool ingerido por uma gestante atravessa facilmente a barreira placentária até chegar ao feto. Por isso, o consumo de álcool pode adversamente afetar o desenvolvimento do bebê.

A incidência da síndrome alcoólica fetal varia entre 1 em cada 1.500 e 1 em cada 600 nascimentos de bebês vivos. Esta ampla variação está relacionada às diferenças nas práticas de consumo. Uma gestante que bebe qualquer quantia de álcool está correndo risco, uma vez que um nível "seguro" de consumo de álcool durante a gestação não foi estabelecido. No entanto, quanto maiores as quantidades, maiores parecem ser os riscos. Defeitos múltiplos ao nascimento associados à síndrome alcoólica fetal "clássica" estão associados com mais freqüência ao consumo excessivo de álcool ou ao alcoolismo.

A síndrome alcoólica fetal apresenta as seguintes anormalidades:

Atraso no crescimento intra-uterino: deficiências de crescimento do feto e do recém-nascido em todos os parâmetros: perímetro da cabeça, peso, altura)
atraso no desenvolvimento acompanhado de redução da função mental (de moderada a grave)
anormalidades faciais incluindo cabeça pequena (microcefalia); maxilar superior pequeno; nariz pequeno e curvado para cima; sulco labial liso (ranhura no lábio superior); lábio superior liso e fino; olhos com aparência incomum com pregas epicânticas proeminentes
defeitos cardíacos como o defeito do septo ventricular (VSD) ou o defeito do septo atrial (DAS)
anormalidades dos membros nas articulações, mãos, pés, dedos das mãos e dos pés

Existe alguma maneira de prevenir a síndrome?

Sim, a única forma de impedir que seu filho venha a sofrer da síndrome é não consumir bebidas alcoólicas na gestação. E, caso você esteja só pensando em engravidar, já vale parar de beber para não correr riscos (muitas mulheres que consomem grandes quantidades de álcool não menstruam regularmente e por isso às vezes engravidam sem saber), porque o álcool pode causar danos logo nessas primeiras semanas de gravidez, principalmente no cérebro do bebê.

Pode até parecer exagero, mas os cuidados com um bebê começam muito antes do nascimento, das noites em claro e trocas de fraldas sujas.

A verdade é que desde o momento em que pensa em ter um filho, uma mulher precisa preparar seu corpo a fim de ter as melhores chances de gerar uma criança saudável e com todas as possibilidades de crescer feliz e sem limitações físicas ou psicológicas.

E seu eu bebi sem saber que estava grávida?

Não entre em pânico e já fique achando que causou problemas irreversíveis ao feto. Pare imediatamente, porque isso diminuirá as chances de o bebê vir a sofrer alguma consequência do consumo de álcool. Procure também conversar abertamente com seu médico se achar que está tendo dificuldades para se abster das bebidas, porque ele pode orientá-la ou recomendar algum tipo de ajuda especializada.

Os profissionais costumam fazer algumas perguntas básicas para poder determinar se existe abuso de álcool, muitas vezes sem a própria mulher se dar conta. Não tenha vergonha de se expor ou de ser julgada, já que a função dos médicos é justamente estar a seu lado em busca de uma vida saudável para você e seu bebê.

Peça também a colaboração de seu companheiro e de pessoas próximas para que não bebam por perto, assim você não passa vontade. Muitas vezes é necessário ainda se afastar de um grupo que bebe demais e com o qual toda a diversão é somente liga ao consumo de álcool e nada mais.
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Síndrome de Cornelia de Lange


O Síndrome de Cornelia de Lange foi descrito em 1933 por um pediatra com este nome.

Incidência, Etiologia e Diagnóstico

A maioria dos autores sugere que a incidência do Síndrome de Cornelia de Lange está subestimada, em virtude da mortalidade precoce e da existência de indivíduos com formas mais ligeiras em que o diagnóstico se torna mais difícil. As estimativas da incidência situam-se entre 1 em 10000 e 1 em 50000 nados vivos. A maioria dos casos é esporádica e tem estudos cromossómicos normais. Algumas alterações dos cromossomas 3 e 9 podem originar alterações semelhantes às do Síndrome de Cornelia de Lange. Alguns dos casos de Síndrome de Cornelia de Lange podem ter hereditariedade autossómica dominante.

O diagnóstico do Síndrome de Cornelia de Lange é clínico, baseado na face característica e no padrão de anomalias encontrado. A observação das anomalias da face é, em geral, suficiente para o diagnóstico. Devem-se excluir alterações cromossómicas.

Evolução

Os problemas relacionados com as dificuldades alimentares, alterações do crescimento, da fala e do desenvolvimento psicomotor dominam a história natural das crianças com Síndrome de Cornelia de Lange. Nas causas de morte, que ocorre em cerca de 4,5% dos casos, incluem-se: apneias (interrupções da respiração), aspiração de alimentos, anomalias cardíacas, hemorragias intracranianas e incidentes no período pós-operatório. A existência de um número baixo de plaquetas é uma alteração raramente encontrada no Síndrome de Cornelia de Lange. A maioria dos doentes não adquire autonomia.

Uma das complicações subestimada neste síndrome, é a dificuldade de alimentação durante a infância, frequentemente secundária a refluxo gastroesofágico. Estas crianças têm um risco acrescido de otites. A perda de audição é menos frequente. As alterações oculares mais frequentemente encontradas são: miopia, nistagmo e ptose. A capacidade de comunicação destes doentes pode estar condicionada pelos problemas auditivos ou visuais. Estas crianças têm mãos e pés pequenos e em cerca de 20% ausência de dedos. São frequentes anomalias da mobilização dos cotovelos e das ancas, cardíacas, urinárias e digestivas.

Tratamento e Prevenção das Complicações

A elevada frequência de dificuldades alimentares e de refluxo gastroesofágico (77%) e a possibilidade de morte por apneia ou por aspiração impõem a observação e o aconselhamento médico precoces no que diz respeito aos cuidados na alimentação e às terapêuticas médica ou cirúrgica necessárias. Quando existem vómitos frequentes e refluxo gastroesofágico importante, devem realizar-se exames imagiológicos. As anomalias cardíacas estão presentes em cerca de 13-29% dos doentes pelo que devem ser avaliadas nos indivíduos com este síndrome, assim como as anomalias renais.

O risco acrescido de otites crónicas e de perda de audição deve ser tido em conta antecipadamente de forma a poderem ser tomadas medidas para a melhoria das capacidades de comunicação. Outras medidas preventivas devem ser realizadas nomeadamente: sumária de urina para o despiste de infecções urinárias; cuidados de saúde oral adequados para a detecção e correcção de anomalias dentárias; e terapêuticas ocupacional ou física para minimizar as alterações articulares. Em crianças em idade escolar, é frequente haver alterações cognitivas (75-100%) e do comportamento (57%). A avaliação da puberdade é especialmente importante nos indivíduos do sexo masculino com hipogonadismo. Pode haver um défice da hormona de crescimento. Os indivíduos mais velhos devem ser sujeitos a avaliações regulares da audição e da visão.

Aconselhamento Genético

A etiologia do Síndrome de Cornelia de Lange ainda não está definida e o risco empírico de recorrência é de cerca de 2-5%. Parece haver uma forma menos grave que pode ser autossómica dominante em que o risco de recorrência para filhos de indivíduos afectados é de 50%.

Para mais informações sobre o Síndrome de Cornelia de Lange podem consultar o seguinte site na internet:
Neste site você também pode encontrar mais imformação sobre o assunto: www.cdlsusa.org
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Sequência de Moebius

A Sequência de Moebius é uma doença caracterizada por uma paralisia facial, ou seja, há perda de movimentos do rosto. Essa paralisia pode ser total (quando a pessoa não consegue realizar nenhum movimento com os músculos da face) ou parcial (quando a pessoa consegue realizar alguns movimentos, porém reduzidos). São afetados os movimentos dos olhos e os movimentos da face que expressam emoções.

Manifestações

Os nervos afetados na doença são o abducente e o facial, porém, muitas vezes há anomalias de outros pares de nervos cranianos, principalmente o glossofaríngeo e o hipoglosso. Como cada nervo é responsável por uma região da face, de acordo com os nervos afetados em cada caso há um conjunto de manifestações.

As manifestações mais frequentes estão listadas abaixo:

face em máscara ou falta de expressão facial;
inabilidade para sorrir;
estrabismo convergente;
ausência de movimentação lateral dos olhos e do piscar;
fissura palpebral;
dificuldade para fechar os olhos seguidos de ressecamento da córnea;
fraqueza muscular na parte superior do corpo;
hipoplasia de mandíbula e de maxila;
baba;
palato alto e estreito;
língua pequena ou mal formada;
alterações de dentes;
alterações na fala;
problemas auditivos;
malformações de extremidades;
polidactilia (dedo extra numerário) e sindactilia (dedos unidos);
miopatia primária;
retardo mental;
hérnia umbilical;
pés tortos congênitos;
contratura flexora de joelhos e tornozelos;

Causa

A causa da doença ainda não está esclarecida. Algumas pesquisas apontam que há deficiência na formação do nervo motor que inerva os músculos da face. Já outras indicam que há ausência de tecido muscular para a realização dos movimentos. Alguns pesquisadores defendem a teoria de que a doença seja hereditária (transmitida dos pais aos filhos através dos genes), já outros acreditam que a causa seja teratogênica (malformação originada durante a gravidez e causada por agentes químicos ou físicos, como alguns remédios ingeridos pela mãe).

Apesar de não se ter muitas certezas quanto às causas da doença, uma pesquisa realizada em 1996 sugere fortemente que pode estar ligada ao uso de misoprostol: 49% das crianças portadoras da Síndrome de Moebius estudadas nasceram após tentativas frustradas de aborto com o uso de misoprostol. O misoprostol, medicamento vendido com o nome de Citotec usado para o tratamento de úlcera gástrica, é usado de forma clandestina para provocar abortos. Quando o aborto não ocorre o desenvolvimento do embrião é prejudicado e ele pode nascer com a Síndrome de Moebius.

Tratamento e Cura

Esta doença NÂO TEM CURA.

O que se pode fazer é minimizar os efeitos da doença através de tratamentos cirúrgicos ou através de terapias que visem a melhora das condições musculares.

Através do menu ao lado veja as possibilidades de tratamento e terapias que melhoram a qualidade de vida.
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Neurofibromatose

FATOS E TEORIAS

O termo neurofibromatose se refere a duas desordens genéticas distintas, a neurofibromatose tipo 1 e a neurofibromatose tipo 2. A neurofibromatose tipo 1 é também conhecida como Neurofibromatose de Von Recklinghausen ou Neurofibromatose Periférica. A neurofibromatose tipo 2 é também conhecida como Neurofibromatose do Neurinoma do Acustico Bilateral ou Neurofibromatose Central. Ambas provocam a formação de tumores ao redor dos nervos.

CAUSA


A neurofibromatose é uma desordem genética que apresenta duas características distintas. A neurofibromatose tipo 1 é causada por uma mutação genética no cromossomo 17 e a neurofibromatose tipo 2 é causada por uma mutação genética presente no cromossomo 22.

SINTOMAS


Neurofibromatose tipo 1


Pessoas portadoras de neurofibromatose tipo 1 podem ter manchas café com leite na pele e tumores benignos pelo corpo chamados neurofibromas. A quantidade de manchas café com leite e neurofibromas varia de acordo com a pessoa. Alguns portadores podem apresentar comprometimentos ósseos e outras complicações pouco freqüentes.

Neurofibromatose tipo 2


A neurofibromatose tipo 2 se manifesta normalmente na fase de jovem adulto (entre 20 e 30 anos). Portadores de neurofibromatose tipo 2 costumam apresentar tumores benignos no nervo auditivo (neurinomas do acústico) podendo levar a surdez por compressão. Outros tumores benignos também podem se desenvolver no sistema nervoso central.

TRATAMENTOS


Atualmente tanto a neurofibromatose tipo 1 como a neurofibromatose tipo 2 não tem cura. As pessoas com neurofibromatose precisam realizar cirurgias quando tem problemas com algum tipo de tumor. As decisões são difíceis pois os tumores podem estar localizados em pontos delicados do corpo humano.

INCIDÊNCIA


A neurofibromatose afeta ambos os sexos e raças na mesma proporção. A neurofibromatose tipo 1 é a mais comum e afeta 1 a cada 4.000 pessoas, já a neurofibromatose tipo 2 é mais rara e afeta 1 a cada 40.000 pessoas.

TESTES E EXAMES


Já estão disponíveis testes de DNA para portadores de neurofibromatose, porém o diagnóstico normalmente é feito através dos sinais clínicos. Os testes são geralmente usados para identificar se uma criança sem ou com pouco sinais é portadora de neurofibromatose, sendo importante na neurofibromatose tipo 2 visto que a desordem se manifesta tardiamente.
Recomenda-se aos afetados que se submetam periodicamente (uma vez por ano) aos seguintes exames: audiometria de ambos os ouvidos, exame oftalmológico (campos visuais), tomada de pressão arterial e exame da coluna vertebral. A maioria dos afetados leva uma vida praticamente normal e bem adaptada, uma vez que esses exames previnem complicações, que felizmente não são muito comuns.
Os exames devem sempre ser realizados por recomendação de um médico.
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Galactosemia


Definição

A galactosemia é um erro inato do metabolismo, caracterizado por uma inabilidade em converter galactose em glicose da maneira normal. O resultado imediato é o acúmulo de metabólitos da galactose no organismo.

A lactose do leite é a principal fonte de galactose na dieta. A hidrólise da lactose resulta em glicose e galactose. O principal passo do metabolismo da galactose, em humanos, é a conversão de galactose em glicose, o que requer várias etapas, a via de Leloir.

Três deficiências enzimáticas na via de Leloir causam galactosemia. As enzimas são a galactose-1-fosfato uridil-transferase (GALT), a galactoquinase (GALK), e a uridina-difosfato galactose 4-epimerase (GALE).Os genes, responsáveis pelas enzimas em questão, já foram mapeados e clonados, e suas respectivas localizações são: GALT - 9p13, GALK - 17q24 e GALE - 1p36. Heterogeneidade alélica foi encontrada nos três loci. Pelo menos, 91 mutações no gene da GALT foram identificadas até hoje e a maioria dos pacientes com deficiência de GALT é heterozigoto composto.

Já que há três etiologias para a galactosemia, o termo se tornou inadequado. As três doenças conhecidas são atualmente designadas:galactosemia por deficiência de GALT, galactosemia por deficiência de GALK e galactosemia por deficiência de GALE . O tipo mais comum da doença é devido à deficiência de galactose-1-fosfato uridil-transferase. Os três subtipos de galactosemia apresentam padrão de herança autossômico recessivo.

Aspectos Bioquímicos

O metabolismo da galactose, de bactérias a humanos, ocorre através de três passos enzimáticos que são catalisados, seqüencialmente, pela GALK, GALT e GALE. A galactose pode ser convertida em energia entrando na via glicolítica, porque a glicose-1-fosfato é um dos produtos da GALT. A galactose pode, também, ser incorporada em glicoproteínas e glicolípides, porque a UDP-galactose, o segundo produto da reação da GALT, é o substrato de todas as reações de galactosilação.

A galactose é fosforilada pela galactoquinase, na presença de ATP, para formar galactose-1-fosfato (gal-1-P). A Gal-1-P reage com a UDP-glicose para produzir dois produtos: a UDP-galactose e a glicose-1-fosfato (gli-1-P), numa reação catalisada pela enzima galactose-1-fosfato uridil-transferase. A gli-1-P produzida pode ser convertida a glicose. Em um fígado normal, aproximadamente 80% da galactose é convertida em glicose em pouco tempo. A UDP-galactose formada é convertida em UDP-glicose pela GALE. Sendo, assim, a UDP-glicose pode entrar na reação, novamente, de uma forma cíclica, até que toda a galactose, que entra na via, possa ser convertida a glicose, via gli-1-P.

Quando não há entrada de galactose na via metabólica, ou por bloqueio enzimático, ou por falta de ingestão, é ativado um mecanismo de formação da UDP-galactose. A UDP-galactose é um importante doador de galactose para a formação dos complexos glicoprotéicos e glicolipídicos. Estes compostos se transformam nas células, levando à liberação de galactose, que pode entrar, novamente, na via de metabolismo da galactose. Isto ocorre pela interação de gli-1-P com UTP, via a atividade da UDP-glicose fosforilase, resultando em UDP-glicose que, então, sofre epimerização (via GALE), para formar UDP-galactose. A reação da epimerase mantém o equilíbrio, em todas as células, entre UDP-glicose e UDP-galactose, em torno de 3:1.

Se houver uma incapacidade em metabolizar a galactose, por baixa atividade de GALK, GALT, ou GALE, duas vias alternativas entram em ação. A galactose pode ser reduzida a galactitol, por intermédio da aldose redutase, ou oxidada a galactonato, por intermédio da oxidase ou da desidrogenase. O galactonato pode ser, posteriormente, metabolizado a CO2 e xilose.

Aspectos Clínicos

Os sintomas, usualmente, aparecem dentro dos primeiros dias ou semanas de vida, e podem incluir: anorexia, perda de peso, icterícia, hepato-esplenomegalia, ascite, vômitos, diarréia, distensão abdominal, catarata, hemorragia, letargia, septicemia e atraso de desenvolvimento psicomotor.

O sinal clínico mais comum é a falência do crescimento, que ocorre em quase todos os casos. A maioria dos pacientes manifesta icterícia durante as primeiras semanas de vida. Pacientes expostos a quantidades ilimitadas de leite, eventualmente, exibem evidências de doença hepática, com hepatomegalia e testes de função hepática alterados. Doença hepática não tratada pode progredir para cirrose. Por razões desconhecidas, a ascite parece ser um achado precoce, até, em alguns pacientes sem hipertensão portal ou hipoalbuminemia severa .

Parece haver uma alta freqüência de óbito neonatal, devido à septicemia por E. coli, com um curso fulminante. A propensão à septicemia é devida a uma inibição da atividade bactericida dos leucócitos.

Sinais de aumento da pressão intracraniana e edema cerebral podem ser observados, porém, letargia e hipotonia são os achados mais freqüentes.

Atraso no desenvolvimento psicomotor pode ser observado nos primeiros meses de vida, podendo evoluir para retardo mental nos casos não tratados. Mesmo submetidos a uma terapêutica correta e com início precoce, estes pacientes podem vir a apresentar dispraxia verbal.

A presença de catarata tem sido observada nos primeiros dias após o nascimento. A catarata é reversível, se o paciente iniciar o tratamento precocemente. A catarata é, freqüentemente, considerada como sendo a única manifestação oftalmológica desta desordem, entretanto, a presença de hemorragia vítrea, um achado oftalmológico muito raro, tem sido descrita.

Manifestações tardias incluem retardo de crescimento, ataxia, retardo mental, dispraxia de fala, falência ovariana antes dos 30 anos de idade e catarata. Amenorréia primária e secundária, menopausa precoce e infertilidade têm sido descritas. Também parece haver uma tendência para a menopausa precoce entre as heterozigotas para mutações em GALT.

O princípio do tratamento da galactosemia clássica é a eliminação da lactose da dieta, o que reverte o quadro de falência de crescimento, icterícia, anemia, doença hepática, disfunção tubular renal, a catarata e reduz as mortes com septicemia por gram negativos. A ausência de tratamento, usualmente levará a uma progressiva falência hepática e morte. Entretanto, a restrição dietética não previne o aparecimento das manifestações neurológicas tardias e da disfunção ovariana em pacientes com galactosemia. A letalidade neonatal, causada por esta desordem, é evitada, adotando, para as crianças, com ausência da atividade da enzima GALT, uma dieta com restrição de galactose.

Tratamento

A restrição de galactose tem sido a base da terapia da galactosemia, devido à deficiência de GALT e de GALK desde que MASON e TURNER, em 1935, descreveram que a remoção da galactose da dieta eliminava a síndrome de toxicidade aguda.

Esta melhora, acentuada, trouxe a sensação de que um diagnóstico precoce e a instituição de uma terapia com restrição da galactose na dieta resultaria em crianças normais. Porém, este parece não ser o caso. Na galactosemia por deficiência de GALT, a incidência de distúrbios de fala, retardo mental e falência ovariana, ou seja, de seqüelas tardias não difere em um paciente que tenha tido uma história neonatal normal e tratamento anterior ao início dos sintomas, daquele em que o tratamento foi instituído após a fase inicial.

Três hipóteses propostas foram propostas para explicar a presença de alterações independente do tratamento:

1) Intoxicação crônica por galactose, através do açúcar produzido endogenamente, pela transformação da UDP-glicose, ou pelo açúcar obtido exogenamente, através da dieta;

2) Depleção de metabólitos, que incluem o inosinato (poliol cíclico), o que diminui a concentração de galactitol e açucares ligados a nucleotídeos, como UDPgalactose, levando a um bloqueio da síntese de glicoproteínas e galactolipídeos. Além disto, os baixos níveis de inositol interferem no metabolismo do fosfatidilinositol, com conseqüente prejuízo da sinalização celular;

3) Toxicidade in útero, ou seja, a transferência de galactose através da placenta da mãe para a criança, que não tem como metabolizá-la.

Já o tratamento da galactosemia por deficiência de GALE requer uma estratégia diferente daquela usada nas outras formas de galactosemia. A dieta livre de galactose é possível na deficiência de GALK e GALT, mas não na galactosemia por deficiência de GALE. Desde que a epimerase forma UDP-galactose, à partir de UDP-glicose, a ausência completa de galactose na dieta, e a conseqüente falta da formação de UDP-galactose, trariam sérias conseqüências. A deficiência de epimerase torna o indivíduo dependente da galactose exógena, que é um precursor necessário para a síntese de complexos de glicoproteínas, glicolipídeos, galactoproteínas e galactolipídeos. Portanto, a terapia se restringe em prover pouca quantidade de galactose na dieta, que não provoque toxicidade e supra a quantidade de galactose necessária ao organismo.

Diagnóstico Diferencial

Na deficiência de GALT há anormalidades na córnea, fígado, cérebro, ovário e grande incidência de septicemia por E. coli. Há aumento de gal-1-P, diminuição de UDP-galactose nas hemácias e aumento da excreção renal de galactitol. Por outro lado, a deficiência de GALK tem, como principal achado, a catarata, sem disfunção hepática, renal, ou ovariana e, sem predisposição à septicemia. Com relação ao cérebro, há registros de crianças com pseudotumor cerebral e dois pacientes com retardo mental. Ao contrário dos pacientes com deficiência de GALT, aqueles com deficiência de GALK formam grandes quantidades de galactitol, e não apresenta níveis altos de gal-1-P nas células. Isto sugere que os pacientes com deficiência de GALT sofrem as conseqüências do acúmulo celular de gal-1-P.

Há, somente, dois casos descritos de pacientes com sintomatologia na deficiência de GALE. Um apresentava catarata e o outro septicemia, mas, ambos tinham anormalidades hepáticas, renais e neurológicas. Parece não haver disfunção ovariana. Apesar de muitas semelhanças fenotípicas entre as deficiências de GALT e de GALE, esta última é caracterizada por altos níveis de UDP-galactose nas hemácias.
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Fenilcetonúria


A fenilcetonúria é uma doença caracterizada por uma anomalia congênita onde a ausência de uma enzima que processa o aminoáciodo com o nome de fenilalanina faz com que ele se acumule no organismo tornando-se tóxico. Essa toxicidade ataca principalmente o cérebro e tem efeitos irreversíveis, como retardo metal permanente.

O diagnóstico da fenilcetonúria pode ser feito no recém-nascido por meio de triagem neonatal, mais conhecido como “teste do pezinho”, ainda na maternidade.

O diagnóstico precoce permite que os cuidados necessários sejam tomados desde o princípio, evitando uma série de efeitos indesejados.

A substância fenilalanina, é um composto natural encontrado em proteínas, sejam elas vegetais ou animais, como no aspartame, peixes, frango, arroz e feijão, e é essencial para o funcionamento correto do organismo, mas é muito perigosa para quem sofre com a fenilcetonúria, e por isso, qualquer alimento que contenha mais do que 5% de proteína é contra-indicado para fenilcetonúricos.

Sem ter a confirmação da doença, e os cuidados com a alimentação, já no primeiro ano de vida os pais começam a perceber atraso no desenvolvimento psicomotor, hiperatividade, convulsões, tremores e microcefalia. Sem o diagnóstico e orientações médicas seguidas corretamente, a fenilcetonúria leva a convulsões, problemas de pele e cabelo, deficiência mental e até mesmo invalidez permanente.

Sintomas de fenilcetonúria


Os sintomas da fenilcetonúria geralmente estão ausentes nos recém-nascidos, porém as crianças com fenilcetonúria podem apresentar erupção cutânea semelhante ao eczema, e quando não tratadas desenvolvem rapidamente um certo grau de retardo mental, geralmente grave e irreversível, convulsões, náusea e vômito, comportamento agressivo ou auto-agressivo e hiperatividade. Elas também exalam um odor corpóreo característico.

A fenilcetonúria é um distúrbio do metabolismo de ordem hereditária no qual um determinado aminoácido, a fenilalanina, substância presente em alguns alimentos, não é metabolizada.

A doença é diagnosticada através do “exame do pézinho” nos bebês, e o tratamento para fenilcetonúria é simples resumindo-se numa dieta onde é limitada a ingestão de fenilalanina desde as primeiras semanas de vida, e que deve ser mantida durante toda a vida para que não ocorra retardo mental.

Tratamento para fenilcetonúria


O tratamento para fenilcetonúria consiste em limitar a ingestão de fenilalanina, mas como todas as fontes naturais de proteínas contêm aproximadamente 4% de fenilalanina, é impossível o consumo de uma quantidade suficiente de proteínas sem que seja excedida a quantidade aceitável de fenilalanina.

Na dieta no lugar do leite e da carne, a pessoa deverá consumir diversos alimentos sintéticos especiais para pacientes com fenilcetonúria e que fornecem os demais aminoácidos e não contém fenilalanina. Esses produtos oferecem ao paciente um pouco mais de liberdade para consumir alimentos naturais.

As frutas e vegetais tem uma baixa cocentração de proteínas e de fenilalanina e por isso seu consumo é mais liberado.

A ingestão de fenilalanina deve ser restringida desde as primeiras semanas de vida para um indívíduo com fenicetonúria, para que não ocorra retardo mental. Uma dieta restritiva iniciada precocemente e mantida adequadamente possibilita um desenvolvimento normal da criança e previne a ocorrência de lesão cerebral.
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Distrofia Muscular de Duchenne

DESCRIÇÃO DA DOENÇA

Distrofia muscular é uma doença de origem genética, cuja característica principal é o enfraquecimento e posteriormente a atrofia progressiva dos músculos, prejudicando os movimentos e levando o portador a uma cadeira de rodas. Ela é uma doença motora e se diferencia das demais porque qualquer esforço muscular que cause o mínimo de fadiga, contribui para a deterioração do tecido muscular. Isto porque o defeito genético ocorre pela ausência ou formação inadequada de proteínas essenciais para o funcionamento da fisiologia da célula muscular.

Na literatura médica são catalogadas mais de trinta tipos de distrofia. A Distrofia Muscular de Duchenne é a mais comum das distrofias, com uma incidência de 1 para cada 3.500 nascimentos masculinos. O tipo Duchenne afeta essencialmente o sexo masculino. Também é a forma mais severa de distrofia muscular, até a idade adulta o paciente estará profundamente debilitado tanto fisicamente devido à fraqueza estabelecida pela fragilidade óssea, quanto psicologicamente, já que ocorre um aparente desânimo devido ao próprio estado de saúde.

O homem com esta doença não tem como se reproduzir e esta é a razão principal de as mulheres não apresentarem a Distrofia Muscular de Duchenne. A transmissão se faz por traço recessivo ligado ao sexo e a taxa de mutação é alta. Geralmente, o quadro só é notado quando a criança começa a andar. As primeiras características são o aumento do volume das panturrilhas, decorrente do grande esforço que os gastrocnêmios são submetidos para compensar o déficit dos músculos ântero laterais das pernas, para auxiliar o equilíbrio na marcha que estes pacientes apresentam.

ASPECTOS GENÉTICOS

O gene defeituoso é o que sofreu uma alteração em sua estrutura, que o impede de exercer sua função normal na célula, causando doenças que podem ser transmitidas hereditariamente.

O gene defeituoso pode causar uma mutação. Se o gene “mutado” for transmitido aos descendentes causará sérias doenças. As mutações são as causadoras das distrofias musculares.

A HERANÇA RECESSIVA LIGADA AO X

Uma mutação ligada ao X expressa-se fenotipicamente em todos os homens que a recebem, mas apenas nas mulheres que são homozigóticas para a mutação. Mulheres heterozigóticas podem expressar o fenótipo (considerando a Hipótese de Lion).

O gene de um distúrbio ligado ao X às vezes está presente em um pai e em uma mãe portadora e, então, as filhas podem ser homozigóticas afetadas.

CRITÉRIOS DA HERANÇA RECESSIVA LIGADA AO X

A incidência do fenótipo é muito mais alta em homens do que em mulheres.

O gene responsável pela afecção é transmitido de um homem afetado para todas as suas filhas. Os filhos do sexo masculino de qualquer uma de suas filhas tem uma chance de 50% de herdá-lo.
O gene jamais se transmite diretamente do pai para o filho, mas sim de homem afetado para todas as suas filhas.

As mulheres heterozigóticas geralmente não são afetadas, mas algumas apresentam afecção com intensidade variável.

Um exemplo de herança recessiva ligada ao X é a Distrofia Muscular de Duchenne (DMD), que é típica e letal em homens.

A DMD tem uma taxa de mutação calculada maior do que as outras doenças genéticas. Há vários estudos onde se prevê que 1/3 dos casos é de mutantes novos e 2/3 dos pacientes são de mães portadoras. A grande maioria das portadoras não exibe qualquer manifestação clínica. Há exemplos raríssimos de meninas com DMD. A DMD compreende 15% das mutações no lócus.
A DMD é uma doença genética causada por um gene defeituoso (que sofreu uma mutação genética), localizado no braço curto do cromossomo X, em uma região denominada Xp21. A mulher possui dois cromossomos X, enquanto o homem possui um cromossomo X e um cromossomo Y. Se uma mulher tiver em um dos seus cromossomos X a mutação genética que provoca a DMD, o outro cromossomo X (que não contém a mutação), será capaz de protegê-la dos efeitos do gene defeituoso. Por isso, os afetados pela DMD são sempre do sexo masculino e o gene defeituoso pode ser transmitido por mulheres portadoras assintomáticas.

Em cerca de 2/3 dos casos de DMD, a mutação responsável pela doença já está presente na mãe do paciente (portadora assintomática), que corre um risco de 50% de ter outros filhos de sexo masculino afetados. Em 1/3 dos casos, a mutação ocorre no menino afetado pela DMD, sem ter sido herdado pela mãe, ou seja, decorrentes de mutações novas. Nestes casos, dizemos que ocorreu uma mutação nova, e o risco de recorrência para futuros filhos é desprezível.

As mutações responsáveis pela DMD e pela DMB (Distrofia Muscular do tipo Becker) ocupam exatamente a mesma região no cromossomo X (a região Xp21). A partir de 1989. O antigo Laboratório de Genética da USP (atual Centro de Estudos do Genoma Humano da USP) passou a realizar exames de DNA para o diagnóstico das Distrofias de Duchenne e Becker.

O gene da DMD/DMB é gigantesco e em aproximadamente 65% dos pacientes afetados por estas doenças ocorre a perda de um pedaço do gene. É o que chamamos de deleção de DNA. Nos 35% restantes dos casos, ocorre um defeito menor, a que chamamos de mutação de ponto.

Em 1986 dois grupos de pesquisadores dos Estados Unidos identificaram e isolaram o gene da DMD e DMB. Isto significou um grande passo no conhecimento dessas doenças, tanto no diagnóstico quanto na detecção. A partir desta descoberta foram introduzidas novas técnicas de Biologia Molecular, o que possibilitou estudar diretamente o gene responsável pelas distrofias de Duchenne e Becker.

O gene responsável pela DMD foi clonado em 1987 e identificada a proteína que ele produz, a distrofina, cuja ausência acarreta as alterações musculares. A distrofina se localiza na membrana da célula muscular, e que faz parte de um complexo de várias proteínas que, em conjunto, participam da regulação da permeabilidade desta membrana. Hoje sabemos que a distrofina está ausente ou em quantidade muito reduzida nas células musculares dos pacientes de DMD, e alterada, porém parcialmente funcional, nos músculos dos afetados pela DMB.

Assim, a triagem de distrofina pode ajudar a distinguir as duas doenças. Ela também ajuda a distinguir ambas estas doenças de outras formas de distrofia muscular. Pois apesar de existirem outras, apenas na DMD e na DMB a distrofina é afetada.

DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA

Os meninos afetados são normais até 1 ou 2 anos de vida, mas desenvolvem fraqueza muscular por volta dos 3 e 5 anos, quando começam a Ter dificuldades para subir escadas, correr, levantar do chão, quedas freqüentes e aumento característico do volume das panturrilhas.

O comprometimento muscular é simétrico e inicia-se pelos membros inferiores e quadris, e, mais tarde, atinge os membros superiores. Ocorre uma acentuação da lordose lombar e uma marcha anserina (andar de pato). Contraturas e retrações dos tendões levam alguns pacientes a andar na ponta dos pés.

A pseudo hipertrofia das panturrilhas, o resultado de infiltração do músculo por gordura e tecido conjuntivo são vistos geralmente desde cedo. Alterações da coluna e dos tendões são conseqüência das alteraçoes musculares das pernas. Com o progredir da doença ocorre comprometimento dos músculos dos membros superiores. Há ainda amiotrofias predominantemente na cintura pélvica e escapular. Há progressão lenta com retrações tendíneas e perda da ambulação entre 8 e 12 anos.

A fraqueza excessiva evolui para incapacidade de andar, em geral no início da adolescência, embora a situação possa mudar graças à avanços da pesquisa voltada para o tratamento dos meninos afetados.
È improvável que o indivíduo com DMD sobreviva aos 20 anos de idade e a sobrevida além dos 25 é incomum. A morte se dá por insuficiência respiratória, broncopneumonia ou, como o miocárdio também é afetado, de insuficiência cardíaca. O cérebro é outro órgão afetado, em média ocorre uma redução de QI de cerca de 20 pontos.

DIAGNÓSTICO

Atualmente, o diagnóstico da Distrofia Muscular de Duchenne baseia-se no quadro clínico do paciente, na história familiar e nos seguintes exames complementares: dosagem dos níveis sangüíneos da enzima Creatinofosfoquinase (CK), que se encontram sempre muito elevados; exame de DNA para pesquisa de deleção no gene da distrofina; Biópsia muscular para o estudo qualitativo da proteína distrofina no músculo do paciente, especialmente nos casos em que o exame de DNA não identifica a deleção do gene da Distrofina.
Outra importante aplicação prática dos métodos de estudo de DNA é a detecção das mulheres portadoras pertencentes às famílias dos afetados. Atualmente, através destes métodos, é possível saber com certeza, na maioria dos casos, se uma mulher é portadora do gene da DMD. Para isso, utilizamos duas estrtégias de estudo:

1- se o paciente afetado apresenta uma deleção de DNA, podemos pesquisar diretamente a mesma deleção no DNA da mulher em risco na família. Em caso positivo, ela terá risco de 50% de Ter filhos afetados e, se desejar, poderá se submeter à um diagnóstico pré-natal em uma futura gravidez.

2- Nas famílias onde não se identifica uma deleção no DNA do afetado, procuramos diferenciar o cromossomo X que contém o gene defeituoso do outro X (normal), através de marcadores polimórficos do cromossomo X. Este método é indireto e, por ser comparativo, exige coleta de sangue de várias pessoas da família. Por isso, é um estudo mais demorado e fornece resultados com uma confiabilidade de cerca de 95%. O Centro de Estudos do Genoma Humano da USP vem implantando novos métodos de estudo para a detecção das mutações de ponto no gene da Distrofina (para aqueles 35% dos casos onde não se detecta deleção de DNA). Um destes métodos, o Teste da Proteína Truncada (PTT), utiliza o RNA extraído dos linfócitos do sangue. Este método permite identificar o ponto exato onde ocorreu o erro (a mutação de ponto) dentro do gigantesco gene da Distrofina. Além da grande utilidade para o diagnóstico da DMD/DMB, este método também pode ser utilizado para a detecção de portadores, em casos onde antes não se identificavam deleções de DNA. Embora existam inúmeras pesquisas internacionais em andamento, com o objetivo de encontrar a cura da DMD, ainda não existe um tratamento específico para esta doença e a fisioterapia exerce um papel fundamental na melhora da qualidade de vida destes pacientes.
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Amaurose congênita de Leber


A amaurose congênita de Leber é um tipo de distrofia retiniana, com herança autossômica recessiva, que causa cegueira infantil.

Há uma baixa acuidade visual variável em pacientes com Amaurose Congênita de Leber , de 20/80 até a percepção luminosa, podendo apresentar-se ao nascimento ou nos primeiros dez anos de vida associada à retinose pigmentar, redução do campo visual (campo tubular), nistagmo (tremor dos olhos), cegueira noturna, não-detectável ou grave redução das respostas à eletroretinografia.

Atualmente, há mutações em 11 genes identificados responsáveis pela amaurose congênita de Leber.

A fundoscopia é de aspecto normal ou com alterações pigmentares mínimas e/ou estreitamento arteriolar modesto e ausência de outras desordens multissistêmicas ou retinianas.

Em estudos onde foi possível a avaliação ao longo do tempo da acuidade visual em pacientes com Amaurose Congênita de Leber pode-se observar melhora, piora e estabilidade, sem se obter um padrão definido de evolução.

Podem ser observadas na Amaurose Congênita de Leber outras manifestações oculares (Hipermetropia, ceratocone, ceratoglobo, catarata, estrabismo e síndrome oculo-digital e/ou sistêmicas (deficiência mental, surdez, epilepsia, anormalidades do sistema nervoso central, alterações renais, mal formações do esqueleto e disfunção endócrina).

Uma vez que o mecanismo da doença ainda não é conhecido, a Amaurose Congênita de Leber é um diagnóstico de exclusão. Alguns pacientes com diagnóstico inicial de Amaurose Congênita de Leber posteriormente recebem outros diagnósticos (cegueira noturna estacionária congênita, acromatopsia, retinose pigmentar infantil, Sd. Joubert, Sd. Zellweger, Doença de Refsum infantil, etc) , assim como o inverso também pode acontecer.

O tratamento de condições associadas (catarata, estrabismo, buftalmo, correção de ametropias, etc), deve ser indicado mesmo com respostas visuais pobres.

A estimulação visual, a orientação da família e o trabalho em parceria com o profissional responsável pela intervenção são essenciais. O lactente está num período crítico de desenvolvimento das funções visuais e motoras, as quais dependem de condições favoráveis para seu acontecimento. A criança com Amaurose Congênita de Leber aprende a ver com a experiência visual e é este sentido - a visão - o principal motivador do desenvolvimento global, especialmente o motor.

Nas demais faixas etárias a reabilitação para a Amaurose Congênita de Leber dependerá da visão residual e das necessidades do paciente, do seu nível cognitivo e dos resultados da estimulação precoce.

Quando a visão muito baixa impossibilita o uso de recursos ópticos, são necessários outros recursos, tais como adaptações ambientais, treinamento das atividades de vida diária, Braille e orientação e mobilidade. Como a Amaurose Congênita de Leber pode cursar com piora das funções visuais as necessidades dos pacientes podem se modificar ao longo do tempo.
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Albinismo

O que é

O albinismo é uma condição de natureza genética em que ocorre uma falha na produção de melanina. Ele é hereditário e pode ser classificado em dois tipos: tirosinase-negativo (quando não há produção de melanina) e tirosinase-positivo (quando há pequena produção de melanina).

Características do albinismo

A melanina desempenha um papel muito importante, pois é ela que forma uma barreira natural contra as radiações solares. Ela se distribui pelo corpo inteiro, sendo a responsável não só pela cor, como também pela proteção da pele.

Esta alteração genética na produção de melanina é a responsável pela ausência parcial ou total da pigmentação dos olhos, pele, cabelos e pêlos dos albinos, podendo ocorrer tanto em seres humanos, como também em animais e plantas.

Num organismo que não possui esta falha genética, a melanina é produzida através de um aminoácido conhecido como tirosina. No caso dos albinos, a tirosinase apresenta-se inativa, conseqüentemente, não ocorrerá a produção de pigmento.

A pele do albino é branca, frágil e fotossensível, por esta razão, não deve ser exposta a radiação solar. Nestes indivíduos, a exposição ao sol não produz bronzeamento, ao invés disso, pode causar queimaduras de graus variados. Pessoas com essa falha na pigmentação são mais suscetíveis a desenvolver câncer de pele precocemente.

Há ainda o albinismo ocular, este, é menos severo do que o albinismo tirosinase negativo, pois, neste caso, a única região afetada é os olhos, que, diante desta falha, apresentarão uma variação na cor da íris.
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